História econômica do Brasil; 1500-1820

Em meados do século XVII, com o surto da mineração em Paranaguá, constata-se o provedor da Fazenda do Rio de Janeiro e administrador geral das minas da repartição do sul, Pedro de Souza Pereira, incentivando bandeiras de pesquisas de minérios e a visita a Sabarabuçu.

Salvador Corrêa de Sá e Benevides, governador e capitão general do Rio de Janeiro, mandou o próprio filho, com auxílio dos paulistas, explorar a possibilidade do encontro de pedras coradas no vale do Rio Doce.

Na segunda metade do século, em expressivas mensagens, os próprios soberanos portugueses procuraram instigar os paulistas à investigação nos sertões da existência de pedras e metais preciosos. A grande epopeia de Fernão Dias Paes, o descobridor das supostas esmeraldas, nasceu do empenho de satisfazer a uma dessas reais missivas.

Mas essas expedições, pouco proveitosas, estavam muito acima dos recursos financeiros dos paulistas e lhes custavam sacrifícios sem conta e reiteradas desilusões. Concorreram, sem dúvida, para o agravamento do ciclo despovoador dos sertões.

Além da serventia para suas próprias lavouras, verificaram os paulistas que os íncolas — mercadorias que se transportavam pelos seus próprios pés, numa época em que escasseavam os meios de transporte — constituíam apreciável elemento para o comércio exportador de suas capitanias. Incentivaram-se, então, as bandeiras de prêa.

À medida que rareavam as tribos das regiões mais próximas, mais se acentuava a audácia dos piratininganos em suas caças ao gentio. Desceram pelas bacias dos afluentes do Paraná e investiram contra as missões jesuíticas de Vera e Guayrá, que subiam esses vales em uma aproximação cada vez maior das costas atlânticas do Paraná e de Santa Catarina.