História econômica do Brasil; 1500-1820

De fato, o Brasil iniciou-se à sombra da civilização ocidental, assim chamada em contraposição asiática. A orientação da sua formação foi a europeia, através dos elementos que para aqui vieram dirigi-la. Natural, por isso, que fixemos, em rápidos traços, os aspectos daquela civilização, do ponto de vista econômico, à data do nosso descobrimento e, contemporaneamente, com o curso da nossa evolução.



Tempos medievais

É conhecida na história a importância comercial que sempre teve a bacia do Mediterrâneo. São épicas as lutas travadas para o seu domínio, avultando, na Idade Média, as lutas entre cristãos e muçulmanos. Veneza, durante um milênio, aí manteve a sua hegemonia comercial; Gênova, Florença e Milão tiveram também sua idade de ouro, na época medieval e na Renascença.

Na Europa, o regime político do feudalismo era um entrave à expansão econômica. Os feudos quase que se bastavam a si próprios e era numa limitada agricultura que se concentrava quase toda a atividade econômica. Era relativamente escasso o uso da moeda, como instrumento de troca. Com a insuficiência dos meios de transporte, com a falta de garantias então existente e com o atraso dos processos de cultura, a produção era feita quase que para consumo imediato. Às feiras, periodicamente realizadas em pontos determinados, transportavam-se os excessos das produções por cujas trocas se compensavam as escassas necessidades recíprocas.

Sobre as preocupações mercantis, predominavam, na Europa, os interesses religiosos e militares. Constituíam exceções as repúblicas italianas, que, por isso,