se enriqueceram, principalmente com o comércio do Oriente. De fato, os mercadores italianos iam buscar nos portos do Levante e do Egito as especiarias que vinham da longínqua Ásia, em transportes marítimos, através do Oceano Índico e Mar Vermelho, e por caravanas que atravessavam regiões inóspitas e difíceis da Ásia.
O gosto da alimentação fortemente estimulante, que predominava na Idade Média, deu vultoso incremento à importação da pimenta, do gengibre, da noz-moscada, do açafrão e outras especiarias orientais (1).Nota do Autor Panos e pedrarias do Oriente, açúcar e outros artigos medicinais, cuja introdução na Europa remontava aos Cruzados, completavam o quadro de mercadorias, objeto do comércio veneziano. De Veneza, a sua frota as redistribuía aos demais portos do Mediterrâneo. Pelos Alpes, a linha Veneza-Augsburgo-Brugges era o eixo de distribuição para a Europa central. Ao norte, a frota hanseática mantinha comércio, intenso para a época, entre o Mar do Norte e o Báltico.
Não nos impressionemos, porém, com as descrições de então; toda a capacidade da frota hanseática, que por séculos dominou o comércio do norte da Europa, com apoio nas cidades livres da costa do Báltico e do Mar do Norte, caberia dentro do porão de dois ou três cargueiros de hoje; era inferior a 50 toneladas a média da capacidade de cada barco... Dois trens de mercadorias, atravessando o São Gotardo conduzem, hoje, volume superior ao que as caravanas transportavam em um ano. E só se carregavam mercadorias de grande valor em pequeno peso.
Numa época em que os preços eram em sua grande maioria regulamentados, a relação abaixo, tirada do edito de Alfonso III (2)Nota do Autor, em 1253, e que durante largo