História econômica do Brasil; 1500-1820

Tempos modernos

Era escassa a circulação de metais preciosos, sendo estimado em menos de 50 milhões de libras o valor da moeda em giro na Europa em fins do século XV. As primeiras massas de moedas foram-se acumulando em mãos de banqueiros italianos e alemães, que iniciaram a aplicação de capitais em operações de finanças públicas e de comércio.

Esse estado geral de estagnação da produção e no comércio da Europa sofreu uma alteração violenta, a partir do século XV. Deram-se, simultaneamente, verdadeiras revoluções na ordem econômica, política e social. O espírito guerreiro-religioso foi-se substituindo pelo espírito mercantil. O enriquecimento das cidades italianas provocou um surto de cultura, do qual proveio, magna pars, a Renascença, movimento de que resultou geral emulação na Europa. A descoberta da imprensa, coincidindo com a reforma religiosa, acarretou uma intensa troca de ideias entre os povos europeus.

A evolução natural do sistema político reinante na Idade Média traduziu-se na formação de grandes Estados, em que o poder absoluto absorveu os feudos e os governos das cidades. As descobertas marítimas constituíram novo e mais acentuado motivo de emulação entre os grandes Estados, que passaram a compreender a importância de uma economia nacional forte para garantir uma potência militar fortalecida.

O afluxo de metais preciosos, cuja existência na Europa estava adstrita à pequena produção das suas minas, da Áustria e da Bohemia e à contribuição portuguesa provinda da África, viu-se de repente acrescido pela inundação de ouro e prata, que a Espanha trouxe do México e do Peru.