No século XVI, a produção de ouro e prata no mundo já se elevava à importância de 250 milhões de libras; no XVII, a mais de 300 milhões. Esta invasão de metais, ocorrendo conjuntamente com a formação dos grandes Estados, com as descobertas marítimas, com as invenções técnicas e com a consequente intensificação das relações comerciais, provocou uma profunda mudança na mentalidade europeia e na organização social e política, caracterizando uma época que os historiadores classificam de Revolução Comercial. Coincidiu o seu início com o descobrimento do Brasil.
A revolução comercial (3)Nota do Autor
De fato, a preocupação mercantil se acentuou, passando a ser considerada o meio mais rápido de enriquecimento e, portanto, de fortalecimento do poder dos povos. A navegação deixou de ter o caráter costeiro e passou a ser oceânica, alargando-se, em consequência, brusca e consideravelmente o campo de atividade das nações. O continente europeu, que, ainda em fins do século XV, sofria a sua última invasão, a dos Turcos, transformou-se em dominador do mundo, num crescente progresso, sem paralelo em toda a história.
Portugal, pioneiro do movimento navegador, após curto reinado, cedeu à Espanha o cetro dos mares; esta à Holanda que, mais tarde, teve que o passar às mãos da Inglaterra. A competição e a rivalidade comercial entre a Holanda, a França e a Inglaterra foram um dos característicos da revolução comercial.
A intensificação do comércio, o barateamento dos produtos e o crescimento das populações trouxeram um