História econômica do Brasil; 1500-1820

Com o advento da mentalidade mercantil, numa época em que a produção, pela ausência de maquinários e aperfeiçoamentos técnicos, hoje tão vulgarizados, era limitada e adstrita à área de seus solos, foram os Estados também compreendendo a necessidade de saldos favoráveis na balança do comércio. De fato, na liquidação das trocas, entre os particulares, como entre as nações, os que sabiam conservar os maiores saldos eram os que mais enriqueciam.

Desde que se pronunciasse uma falta de metais monetários dentro de um país, caíam imediatamente os preços de seus produtos. E os Estados, com essa desvalorização, sentiam um rápido empobrecimento, porque não estava em suas mãos o aumento de sua capacidade produtora...

Daí a política de se procurar a atração dos metais preciosos, que não só indicavam, com a sua presença, que os saldos comerciais lhes tinham sido favoráveis, como também representavam a segurança de poderem melhor agir nos casos de guerra, tão frequentes na época.

Essa orientação da política econômica, promoveu o surto progressista em países, como a Inglaterra, que, não tendo metais preciosos, empreendiam, alargando sua produção industrial, atrair a importação do ouro que, de outra forma, lhes escassearia.

Nos primeiros tempos da idade moderna, não obstante as novas correntes de metais preciosos, sentiu-se, por mais de uma vez, a falta de numerário em relação ao volume das transações, que se iam desenvolvendo.

O comércio com a Ásia, da qual se importavam pimenta, penas de avestruz e marfim, drogas, gomas, óleos, anil em grandes quantidades, cochonilha, tinta da China, curcuma, laca e goma laca, leques, tapetes,