História econômica do Brasil; 1500-1820

nacionalidades, que ali as iam buscar, levando outros artigos que serviam a Portugal para manter no Oriente as suas permutas.

Lisboa trocava produtos do Oriente pelos que as outras nações, mais industriosas, fabricavam, ganhando apenas a diferença nos preços de compra e venda e no que arrecadava em tributos e presas. Enorme era a sua desorganização econômica interna e custosa demais a manutenção de um tão grande império. Épocas houve em que, da conquista, o reino nadava em dinheiro. Mas, na realidade, a guerra e outros fatores concorreram para absorver os lucros e ultrapassá-los. Verificou-se, mais tarde, que ao menos em relação ao governo português, os lucros comerciais não davam para o custeio da exploração.



Outros ciclos econômicos

Lucio de Azevedo, em suas Epocas de Portugal economico, mostra os ciclos sucessivos em que gravitou, daí por diante, a economia portuguesa. O ciclo do açúcar, em que Portugal pôde tomar novo alento, baseado na produção brasileira que, no século XVII, predominou no mundo; o ciclo do ouro e dos diamantes no século XVIII, em que o Brasil produziu tanto quanto o ouro dos demais países, nos dois séculos precedentes; a reação nacionalista, de Pombal, e, finalmente, as atribulações provindas das guerras napoleônicas que por tanto tempo desorganizaram o velho Portugal.

Essas fases serão examinadas em conjunto com as etapas correspondentes da economia brasileira. Teremos, então, oportunidade de melhor salientar as épocas em que a colônia produziu saldos, e em que foi deficitária para a metrópole, assim como os proveitos