que, ambas souberam tirar desses tempos de nosso passado comum, quando o mundo estava empolgado pela revolução capitalista.
Portugal e Espanha
Nascemos e crescemos acompanhados de perto, na metrópole e no continente americano, pela vizinhança espanhola.
Já no século IX constituía a Espanha, sob a influência da civilização mourisca, uma das regiões mais adiantadas da época. Guerras religiosas, competições de raça dividiam os povos ibéricos. Conseguida a unificação, no século XV, pela atuação de Fernando e Izabel, viveu então a Espanha os tempos áureos de sua grandeza. A agricultura, em que se empregavam processos de irrigação, introduzidos pelos mouros, produzia trigo, frutas, laranjas, cana-de-açúcar e o azeite das oliveiras; eram afamadas as manufaturas de couro de Córdova, as armas, lãs e sedas de Toledo, as luvas de Ocana, os panos de Saragoça, Barcelona e Valença. Através de pintores e escritores célebres, aí se manifestou a Renascença.
Ao contrário do que acontecera em Portugal, onde a expansão marítima obedeceu a um plano preconcebido e maduramente refletido, a Espanha entrou para a grande navegação por acaso. Quando resolveu custear a descoberta, pelo ocidente, de um roteiro para o oriente, Izabel de Castella cedeu às reiteradas instâncias de Christovão Colombo. Sempre a mesma preocupação mercantil: a procura de um acesso mais fácil à posse das especiarias, em cujo comércio Veneza tanto enriquecera.