História econômica do Brasil; 1500-1820

Era de grandeza

Descoberta a América, somente depois do saque aos tesouros dos incas e dos astecas pelos aventureiros espanhóis, é que a Espanha se ocupou seriamente de sua política colonial. E este povo, de sete milhões de almas, dividido por fortes rivalidades locais, mas politicamente unido, pôde, em curto prazo, tornar-se a maior potência marítima do mundo. Em princípios do século XVI, a Espanha possuía cerca de mil navios. Portugal lutava à mão armada contra as antigas civilizações asiáticas para manter a sua supremacia e o monopólio de seu comércio no oriente, ao passo que a Espanha, lidando com povos mais atrasados, ou civilizações menos aguerridas, teve maiores facilidades nos proveitos alcançados. Verificada a existência de metais preciosos, organizou a sua mineração no México e no Peru; depois de 1541 recebia normalmente, de suas colônias, cerca de 300 toneladas de prata.

A ascensão tinha sido por demais rápida; e a Espanha foi dominada por um verdadeiro delírio de grandezas. Tinha-se tornado, quase que repentinamente, o maior império colonial do mundo, onde o sol nunca se deitava. Sem embargo, a sua metrópole não se constituíra, por uma adequada evolução, uma sólida base política econômica e social, reclamada por tal império. Daí a causa fundamental da transitoriedade do seu poderio.



A decadência

Da crítica economo-social da ascensão e decadência do império espanhol, ressaltam claras as causas de ordem econômica, moral e política que apressaram a sua ruína: