História econômica do Brasil; 1500-1820

4.ª — O regime de monopólio, estabelecido para o comércio com as suas possessões, que se operava através da casa de contratacion, estabelecida em Sevilha, dificultava sua expansão e incrementava o contrabando.

5.ª — A exagerada fiscalidade da legislação, e uma errada política monetária, concorriam para a anarquia financeira do país.

6.ª — O espírito de grandeza e de aventuras, de que se viu possuída a população, desviou-a por completo dos afazeres produtivos.

7.ª — Os empréstimos contraídos com banqueiros italianos e alemães, para cobertura dos déficits do erário, os grandes gastos com a armada, com o exército e com as guerras, a invasão de produtos estrangeiros e o corso impiedoso que se exercia contra o comércio espanhol, acabaram a obra de destruição de tão poderoso império.

Os metais preciosos que afluíam à Espanha serviram apenas para o fomento das indústrias de outros países que, de fato, trabalhavam para o suprimento das colônias espanholas, diretamente, ou por intermédio da própria metrópole.

A repartição pela Europa inteira dos benefícios das descobertas marítimas, apesar dos esforços monopolizadores de Portugal e Espanha constituiu fato incontestável. Essas nações não eram suficientemente produtoras para assegurar o comércio com suas próprias colônias; não conseguiram fazer retornar seus navios carregados com seus próprios produtos, nem estavam em situação de exercer o papel ativo que devia caber às metrópoles no pacto colonial.

A descoberta de um acesso mais fácil às grandes riquezas do oriente, e aos metais americanos, provocaram uma forte emulação entre as demais nações europeias,