História econômica do Brasil; 1500-1820

dos mercados, divisão de trabalho, e aumento acelerado das populações. De sua história, ressalta o extraordinário serviço prestado ao mundo pelo pequeno Portugal, o pioneiro incontestável da grande navegação.

Antes da expansão portuguesa, eram os barcos de modestíssima capacidade, feitos para a navegação costeira e mares fechados. A célebre esquadra da Confederação Hanseática, que, nos tempos medievais, mantinha um intenso comércio no Mar Báltico e no Mar do Norte, tinha uma capacidade total talvez inferior a 15 mil toneladas. As galés genovesas e venezianas, impulsionadas por um sistema misto de velas e remos, e que por tanto tempo dominaram no Mediterrâneo, alcançavam um comprimento de 41 metros e apenas seis metros de largura.



Os portugueses

O atraso na arte náutica não se verificava somente quanto à construção, mas por igual com referência aos processos de navegação. Portugal, formando a célebre escola de pilotos, em Sagres, foi acumulando conhecimentos náuticos, que lhe permitiram, em tenaz continuidade de esforços, um notável aperfeiçoamento naquela arte.

Até Bartholomeu Dias, as viagens eram feitas em três tipos de navios. Gil Eanes dobrou o Cabo do Bojador em uma barca de cerca de 25 toneladas, coberta somente em parte, levando 14 homens de tripulação e dotada de um mastro e duas velas. Na expedição seguinte, Gil Eanes voltou em sua barca acompanhado por Alfonso Baldaya, já no barinel, navio de vela, maior que a barca, com dois mastros, providos de velas redondas e cestas de gávea. O barinel, se bem que equipado com velas, podia ser propulsionado com