alegando que há um equívoco entre a tonelagem de capacidade e a tonelagem de carga transportável, atribuindo, então, à nau "São Gabriel" um comprimento de 27 a 31 metros, por oito a nove de boca e uma tonelagem de deslocamento superior a 500. Como quer que seja, as naus, cuidadosamente construídas, para mar grosso, chegaram a alcançar de 800 a mil toneladas. Seguiram-se, depois, os galeões, e, mais tarde, as carracas. Estas últimas chegavam a ter sete a oito pontes e eram capazes de comportar até duas mil pessoas. As caravelas eram consideradas navios essencialmente portugueses; e os segredos de sua construção foram durante muito tempo cuidadosamente guardados.
"As viagens, desde que transpunham a linha do Equador, para o sul, eram mais difíceis e perigosas. A estrela polar, que até ali servia aos marítimos para tomar a sua altitude, não era mais visível no hemisfério sul. O único recurso tinha de ser o sol, cuja altura, marcada pelo astrolábio, devia indicar ao navegante a distância em que se encontrava a linha equinocial. Mas o uso do astrolábio se complicava, dada a declinação do sol; daí o uso necessário das tabelas para as correções diárias etc." (7).Nota do Autor
Foi devido à audaciosa e sistematizada atuação dos portugueses que o comércio marítimo se tornou oceânico, realizando, assim, um notável avanço. Abandonaram-se as galeras a remo. Recorreram-se a outros tipos de barcos; e para melhor aproveitar os ventos, foi preciso levantar os mastros, multiplicar as velas, aumentar suas dimensões, alterar sua forma. Para sustentar a pressão dos ventos, fez-se mister o aumento da altura e proporções dos navios e o reforço de sua estrutura. Com o aumento da capacidade dos navios, as antigas praças marítimas, que eram muitas vezes situadas ao