História econômica do Brasil; 1500-1820

Computando-se o custo das embarcações, a forte amortização a que obrigava a sua curta duração, os frequentes naufrágios, perdas pelo corso e acidentes de toda a ordem, a pequena capacidade dos barcos e os altos salários pagos, compreende-se, hoje, o custo elevado dos transportes, que representava naquele tempo, em geral, várias vezes o valor inicial das mercadorias.



O crescimento das esquadras

Após a destruição, em 1588, da grande armada espanhola, nas costas britânicas, a Holanda, Inglaterra e França porfiaram no aumento de suas esquadras, passando a dominar os mares, dos quais haviam sido senhores os portugueses e espanhóis. No fim do século XVI o conjunto da navegação europeia talvez não alcançasse 300 mil toneladas (9)Nota do Autor; já em meados do século XVII, porém, atingia a dois milhões. A Holanda tinha a primazia com 900 mil toneladas; seguia-se-lhe a Inglaterra, com 500 mil; a Espanha, Portugal e Itália, com 350 mil e a França, Hamburgo, Suécia e Dinamarca, com 250 mil. No começo do século XVII acentuava-se o primado holandês, chegando os Países Baixos a construir mil navios em um só ano! Prosseguindo em sua evolução, de 1666 a 1800 a marinha mercante mundial duplicou.

Com a crescente expansão do comércio internacional, com o surto da Revolução Industrial, com a invenção do vapor, com o emprego das máquinas, a invenção da hélice (1839), a utilização do ferro em construções navais (1837) essa tonelagem passou, no século