História econômica do Brasil; 1500-1820

XIX, de quatro milhões para 40 milhões! Entre 1885 a 1890 a tonelagem da marinha movida a vapor igualou à tonelagem da marinha à vela. Hoje, a marinha à vela talvez não atinja a cinco por cento do total da tonelagem mundial.

São agora mínimos os riscos da navegação em relação aos primeiros tempos do Brasil, em que a pequena capacidade dos barcos, a duração das viagens, as insuficiências de ordem técnica, as contínuas guerras marítimas e o corso legalmente organizado se somavam para aumentar os perigos e os acidentes. Em princípios do século XVI, em viagens normais, durava 40 dias a travessia para o Brasil e mais de quatro meses a viagem para as Índias. Os primeiros tempos de nossa história estão marcados pelo luto e pelo sacrifício, nos inúmeros naufrágios e acidentes marítimos de toda a ordem.

Não é somente quanto à tonelagem de transporte que as cifras atuais são expressivas, no considerável crescer do comércio internacional. A velocidade dos transportes marítimos triplicou com a propulsão mecânica. E à maior velocidade, vieram aliar-se a acentuada diminuição no seu custo e a precisão nos horários, pois que, em princípios do século XIX, ficava-se, por vezes, semanas à espera de ventos propícios para poder navegar.

Foi este gigantesco aumento na capacidade de transportes marítimos que possibilitou as grandes correntes migratórias, verificadas no século XIX, de que é frisante exemplo a transladação de grande massa europeia para os Estados Unidos. Foi ele que também tornou possível o rápido crescimento das nações industriais, que passaram a ter a sua alimentação assegurada pelas facilidades de importação. Foi, finalmente, este novo fator da expansão comercial que permitiu o