História econômica do Brasil; 1500-1820

PREFÁCIO

Não foi por gosto, ou recreio, que o Dr. Roberto Cochrane Simonsen chegou a escrever história do Brasil. Tendo entre os de sua gente a Lord Cochrane, Marquês do Maranhão, que fez história do Brasil, bem se dispensaria de tratá-la. Mas teve razão mais grave.

Em 1932 o Brasil cumulou injustiças sobre São Paulo, que reclamava uma constituição. O Brasil venceu São Paulo, mas teve de conceder-nos a constituição reclamada. É a sorte do martírio. Também Floriano venceu a revolta, mas teve de entregar o poder, que não quisera abandonar, causa dessa revolta... As ideias nunca são vencidas: ou vencem, ou levam o inimigo a transigir. Nunca é vão o sacrifício. Mas a um brasileiro de inteligência e coração não escaparia a causa desses cismas políticos. É a falta de cultura. Quem se apossa do poder não o quer deixar, melhor se discricionário. Para que liberdades públicas e constituição?

O que é preciso é educação, educação política. Roberto Simonsen partiu daí para, agremiando outros iguais, criar a nossa primeira Escola de Sociologia e Política, escola livre, importados professores ingleses e norte-americanos, para se reunirem a nacionais, tentando uma elite que, de São Paulo, daria exemplo ao Brasil. Que acertou, se viu logo: nas Universidades de São Paulo e do Distrito Federal, escolas superiores de economia política e ciências econômicas, vieram de seguida. Uma matéria porém era inédita, virgem, original: era a História Econômica do Brasil...