atacar o governo com suas sátiras, pois é muito provável que ele seja o autor das "Cartas Chilenas" de que já falamos (Cap. V) e que apareceram sob a responsabilidade do pseudônimo de Critilo. Mas logo após participava da Inconfidência de Minas da qual foi um dos chefes. Foi condenado à morte em 18 de abril de 1792. Seus bens foram confiscados e sua família declarada infame. A sentença de comutação da pena em banimento perpétuo no presídio de Ambaca, em Angola, só lhe foi lida ao pé do cadafalso.

Quando Peixoto chegou ao presídio, com a idade de 44 anos, já era velho e seus cabelos embranquecidos precocemente atestavam a extensão de seus padecimentos. Lá também teve que sofrer perseguições e o governador, que o tinha na conta de homem perigoso, fez com que fosse para o interior, onde a morte pôs termo a seus males em 1793. (133) Nota do Autor

É impressionante que o tom das poesias de um homem tão enérgico e tão ativo seja assim tranquilo; suas odes, seus sonetos e suas canções eróticas distinguem-se pelo mínimo de paixão que encerram e pela observação escrupulosa das regras. Em troca, sua ode à rainha D. Maria I prova que era capaz de alçar-se a um voo mais alto, principalmente quando o amor da pátria, seus sonhos de independência do Brasil, vinham inspirá-lo. Implorava então à sua soberana de vir ao Brasil e de estender seu domínio por toda a América. Só esta poesia bastaria para assegurar-lhe o título de poeta.

Entre os autores da Escola Mineira, membros da Arcádia Ultramarina, citemos ainda Domingos Vidal