CAPÍTULO XIII
ELOQÜÊNCIA, CULTURA DA LINGUAGEM, FREI
FRANCISCO DE MONTE ALVERNE, MARIANO
JOSÉ PEREIRA DA FONSECA, MARQUÊS DE MARICÁ,
O LEXICÓGRAFO ANTÔNIO DE MORAIS E SILVA.
No curso desta obra, já fizemos observar numerosas vezes que os brasileiros têm grande predileção pela eloquência, principalmente pela do púlpito. Compartilham desta preferência com todos os meridionais, mas estas disposições aumentaram muito, em vista das relações de seus missionários com os selvagens, estes grandes amigos da palavra. O Brasil orgulha-se de ter dado à vida um grande número de oradores sacros, desde Anchieta e Nóbrega, nos primeiros anos da colônia até os nossos dias, quando D. João VI, com a fundação da sua capela particular, deu novo lustre à arte oratória da colônia. Já mencionamos Souza Caldas, São Carlos, Sampaio e Januário da Cunha Barbosa. Resta-nos falar do mais célebre de todos, o Frei Francisco de Monte Alverne.
Francisco José de Carvalho, verdadeiro nome de Monte Alverne, nasceu a 9 de agosto de 1784, no Rio de Janeiro. Levado por uma voz interior, abraçou a condição eclesiástica e entrou na ordem dos franciscanos. A 3 de outubro de 1802, já desempenhava, nos conventos de Santo Antônio do Rio de Janeiro e de São Francisco de S. Paulo, assim como no seminário de São José, numerosos cargos eclesiásticos e a cadeira de professor de Dogmática, de Filosofia e Retórica. Já