CAPÍTULO VII
POETAS LÍRICOS DA ESCOLA MINEIRA - CLÁUDIO
MANUEL DA COSTA, TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA,
MANUEL INÁCIO DA SILVA ALVARENGA, ALVARENGA PEIXOTO E OUTROS.
A poesia lírica do período que nos interessa é menos nacional que a epopeia, seja porque reside em sua natureza exprimir sentimentos, mais ou menos, comuns a todos os homens, seja porque o gosto do pseudo-classicismo francês, então dominante entre todos os povos neo-latinos, exerceu sua influência sobre a literatura brasileira através da de Portugal. Mas embora a forma e até certo ponto os sentimentos estivessem acomodados a este gosto e tivessem tomado certo tom convencional e os poetas líricos brasileiros, em vez de cantar a magnificência de seu país, os caminhos misteriosos das florestas virgens e as ondas de seus rios sem limites, tivessem preferido errar nos jardins bem alinhados de Cintra e nas margens cultivadas do Tejo, e tendo-se revestido das roupagens tradicionais dos pastores modulavam suas saudades, segundo o tom em moda em Lisboa, vemos transparecer principalmente na Escola Mineira, os acentos da natureza e que o sopro da liberdade deveria tornar, logo mais, bem poderoso.
O mais antigo destes poetas de Minas é Cláudio Manuel da Costa. Nasceu a 9 de junho de 1779, na vila de Mariana, elevada em 1745 a categoria de cidade sob o nome de Marianópolis. Seus antepassados haviam saído de São Paulo para se estabelecer junto a um veio aurífero, o ribeirão do Carmo que dera a