CAPÍTULO XV
MANUEL DE ARAUJO PORTO ALEGRE; ANTÔNIO
GONÇALVES DIAS; JOAQUIM MANUEL DE MACEDO;
MANUEL ODORICO MENDES.
Manuel de Araujo Porto Alegre, o amigo que Magalhães citou em seu poema como pintor célebre, não desempenha um papel menor na história literária do Brasil.
Nasceu a 29 de Novembro de 1806, no Rio Pardo, província de S. Pedro.
Recebeu as primeiras lições de Latim, de Geometria, de Lógica e de Francês na cidade de Porto Alegre, mas se sentia atraído, antes de tudo, pelas Ciências Naturais. O jovem Porto Alegre, a princípio, não teve guia neste novo ramo dos conhecimentos humanos, mesmo assim conseguiu organizar um gabinete de História Natural. Mais tarde, em 1825, aperfeiçoou-se na arte de empalhar animais, sob a direção de um naturalista prussiano, Frederico Selow, que residia na províneia de S. Pedro.
Em 1826, embarcou para o Rio de Janeiro, com o fito de abraçar a carreira diplomática. Mas como tinha chegado à Corte no tempo das férias da Escola Militar, frequentou a Academia de Belas Artes e começou a desenhar e a pintar no ateliê do professor Jean Baptiste Debret, sobrinho e discípulo do célebre escultor David. Fez tais progressos que, na exposição seguinte, recebeu dois prêmios, um de pintura, outro de arquitetura. Porto Alegre continuou, então, o cultivo