Seu caráter dominante é certa leveza que agrada sempre, uma elegância natural e um sentimento muito vivo da harmonia da linguagem.
Pedra Branca pertencia inteiramente à escola clássica de Francisco Manuel do Nascimento (Filinto Elísio) e não se arriscou a franquear os limites que a escola concedia.
Ele próprio diz, com muita modéstia, numa carta dirigida aos autores da "Grinalda de flores poéticas" (Rio de Janeiro, 1854. p. 22) e destinada a acompanhar a remessa de suas poesias inéditas: "Levado por Filinto Elísio, Paulo José de Melo e outros amigos, iludi-me, confundindo o éstro com o gosto pela poesia e na ilusão continuei no passatempo com que me iludia, e ainda me iludem velhas recordações."
Mesmo entre estas poesias, há muitas dignas de serem mencionadas ao lado das melhores de sua juventude e que o caracterizam tão bem.
Pedra Branca é menos feliz quando deixa a poesia leve, para tentar o gênero didático, onde não se eleva acima do nível comum, nem por sua originalidade, nem pela beleza de suas imagens, nem pela novidade e profundidade de sutis ideias. Suas epístolas poéticas encerram, no entanto, algumas formosas passagens. Citemos as que dirigiu a seus amigos Filinto Elísio e Paulo José de Melo, depois principalmente as dirigidas a Manuel Rodrigues Gameiro, em que descreve com muito encanto as belezas de sua pátria e dá prova dos seus bons sentimentos para com os escravos. Devemos, enfim, aludir com louvor à sua última obra, a mais longa de todas, seu poema intitulado "Os Túmulos" em dois cantos,(179) Nota do Autor cheio de considerações sobre os grandes problemas de Deus e da imortalidade. Embora as