Nestes fragmentos sentimos, desde o começo, o sopro de um espírito original, anunciando uma nova era e preparando-se para sacudir os entraves da tradição. Estas aspirações à independência, o abandono da linguagem, há muito tempo respeitada da escola portuguesa clássica, a escolha de assuntos os mais adequados aos tempos modernos e um surto mais elevado revelam-se plenamente em sua "Epístola de Ribeiro", verdadeiro desafio da escola moderna à antiga. Queiroga igualmente dá na sua lira "O Sabiá", uma cor de todo nacional a propósito do assunto do ciúme. Ambos, enfim, tomaram o algoz por assunto de suas poesias, nas quais se declaram com energia no sentido da abolição da pena de morte e afirmam meritório o ódio inspirado pelo carrasco.

Os dois poetas, de que acabamos de falar, personificam bem este período de transição. São os precursores da literatura nacional. Anunciam que a poesia, obediente a todos os caprichos da moda, vai enfim ceder o seu lugar a escritos originais e naturais, que nos deixam entrever o mais brilhante futuro.