expressamente no seu Prólogo, (p. 4) "Nossos mestres: isto é, aqueles que mais se avantajarão na Poesia e que nos podem instruir com seu exemplo; bem como Ferreira, Camões, Diniz e Filinto Elysio". São descantatas, elogios dramáticos, poesias de circunstância, patrióticas, nas formas clássicas sancionadas pelo uso, com o luxo habitual de alusões mitológicas e o "pathos" estereotipado. Muitos dentre estes fragmentos denotam, no entanto, uma maneira de ver mais independente, como a "Epístola a Marília". Outros, fazem notar esta profunda absorção filosófica que, reforçada mais tarde, deverá constituir um dos traços dominantes das poesias de Magalhães. Citemos (p. 207 ss.) "Noites Melancólicas" ("O que é o Homem; — A morte; — As misérias do gênero humano; — Os amigos") em que se entregando, não obstante a sua mocidade, a disposições elegíacas, nos deu algo de equivalente às "Noites" de Young.
Em 1833, fez sua primeira viagem a Europa e foi, em 1836, adido à embaixada de Paris. Era a época do maior desenvolvimento do Romantismo na França e este movimento não poderia deixar de causar a impressão mais forte sobre o espírito tão bem dotado de Magalhães e de emancipá-lo completamente dos entraves da Escola Clássica, tanto mais que sempre foi independente. O poeta depôs os frutos destas impressões e desta disposição de espírito numa série de poemas elegíacos, publicados sob o título de Suspiros Poéticos e Saudades, em 1836 (2ª edição revista e corrigida 1859-8º). Este volume nos revela um Magalhães emancipado das cadeias da imitação e do Classicismo convencional e abandonando-se a seu gênio nacional e