O Brasil literário: História da literatura brasileira

publicou, em 1854, no Rio de Janeiro "Sátiras, epigramas e outras poesias", seguida, em 1858, de um segundo volume sob o mesmo título. Embora tenha sido atacado com violência, sorte com um dos poetas satíricos e que se lhe haja negado todo mérito(297) Nota do Autor pensamos que seus adversários devam ter exagerado a julgar pelo segundo livro que temos em mãos. É verdade que seu ponto de vista não é muito elevado, que ele castiga ligeiramente as fraquezas da vida de todos os dias, mas os seus epigramas e suas parábolas não deixam de ter espírito, enquanto que a sátira "O Recruta" cheia de indignação e golpes bem desferidos, faz o processo de um vício político, cujas consequências são incalculáveis. O caminho seguido por Azevedo, só mais tarde é que encontrou partidários na nova geração. A influência perniciosa de gênios, como os românticos franceses e Byron, que se auto-adoravam, mas duvidavam de tudo e de tudo desesperavam, só apareceu muito tarde nas produções imaturas de discípulos que não conheciam o mundo a não ser pelos livros e se pronunciam com uma impudência cínica sobre a vida eterna. Estas influências e o exemplo de Azevedo parecem ter se exercido principalmente sobre os seus sucessores, os estudantes da escola do Direito de São Paulo. É o que provam os jornais literários que iam saindo! "Ensaios literários, jornal acadêmico" (S. Paulo, 1859) e "Esboços literários, jornal redigido por acadêmicos", (S. Paulo 1859) e as publicações de poesias dos alunos da Academia. Entre estes últimos, podemos citar "Rosas e goivos" (S. Paulo, 1849) por José Bonifácio de Andrada e Silva, sobrinho do célebre homem