Viagem ao Brasil, 1865-1866

razoável, alguma coisa que se possa decentemente intercalar na simplicidade da linguagem comum, e não majestosa e oficial apelação latina. Ficamos admirados da variedade. de melastomáceas, em plena florescência nesta época, e verdadeiramente notáveis com as suas largas corólas púrpuras; e também das muitas espécies de Bombáceas cuja folhagem característica e grandes frutos algodoados são tão fáceis de reconhecer. O candelabro (Cecropia) é aqui abundante como em todas as cercanias do Rio, e se cobre, nesta estação, de frutos que se assemelham um pouco com os da árvore-do-pão, porém, mais delicados e de forma cilíndrica. Enormes euforbiáceas, da dimensão das grandes árvores florestais, chamam também nossa atenção, pois que as maiores que já víramos até hoje não passavam de arbustos, como a estrela do norte (poinsettia); há em frente à casa do Sr. Bennett uma “nogueira” muito grande que pertence a essa família. São numerosas as palmeiras. Para principiar a cari (Astrocarium), de caule espinhoso e cujas folhas impedem a aproximação; é comuníssima. Os cachos de seus frutos pardo-escuros, luzidios como a castanha, pendem entre as folhas que formam a sua coroa, e cada um deles, do comprimento de um pé, maciço e compacto, semelha um volumoso cacho de uvas pretas. A palmeira Siagrus não é menos comum o seu fruto acinzentado lembra a azeitona e cai em grossos cachos por baixo das folhas. A massa da folhagem é como que tecida pelo entrelaçamento dos cipós parasitas, e não há um galho morto ou um tronco abatido que não sirva de suporte e de alimento a alguma nova planta. Certas árvores exóticas, porém da região tropical, são frequentemente cultivadas em redor das casas: a árvore-do-pão, (61)Nota do Autor as ameixas (espécie de ameixeira da