XIV
CEARÁ
Partida da Cidade do Pará. Despedida do Amazonas
2 de abril — Ceará (175)Nota do Autor — Deixamos Pará na tarde do dia 26. Até a última hora não nos quisemos convencer de que teríamos que nos despedir do Amazonas. As viagens que fizemos, cheias de encantos, pelas suas águas amareladas, as nossas excursões em canoa nos lagos pitorescos e nos igarapés, nossos descansos sob os tetos de palmeira, tudo isso pertence ao passado: Recordações! Eis tudo o que resta de nossas peregrinações sobre o maior dos rios! Quando penetramos em suas águas, que vagas previsões, que sonhos duma vida nova e cheia de interesse pairava diante de nós! Inquietações, ideia de perigos desconhecidos é bem de imaginar que se misturassem. Sabe-se tão pouca coisa, mesmo no Brasil, sobre estas regiões, que pudéramos obter apenas alguns informes incompletos, sempre desencorajantes. Se se anuncia, no Rio de Janeiro, que se vai subir o grande rio, os amigos brasileiros olham a gente com uma piedosa admiração. Mostram-nos as ameaças das febres, do calor acabrunhante, da fome, da falta de abrigo, dos mosquitos, dos jacarés e dos índios selvagens. Se se fala a um médico, este logo aconselha uma boa provisão de quinino e obriga a se tomar uma dose cada dia para evitar a febre intermitente e os calafrios. De sorte que,