Viagem ao Brasil, 1865-1866

III

ESTADIA NO RIO (CONTINUAÇÃO)



VIDA DE FAZENDA



Botafogo

22 de maio — Esta tarde, a Sra. C..., seu marido e eu saímos para dar um passeio no campo; um pouco ao acaso, é verdade, mas bem certos de que, com essa natureza admirável das cercanias do Rio, podíamo-nos fiar nele para nos conduzir a algum belo ponto de vista. Tomamos, pois, passagem numa das numerosas embarcaçõezinhas à vapor cuja estação de embarque é vizinha do nosso hotel, e alguns minutos depois estávamos a caminho de Botafogo. Quase todos os arrabaldes do Rio de Janeiro se acham edificados ao longo das praias. Há, assim, a praia de Botafogo, a praia de São Cristóvão, a praia de São Domingos e uma dúzia ainda de outras. Tudo isso forma ainda os arrabaldes do Rio, situados à beira-mar ou fazendo face às margens da baía; e como é de bom-tom para certa classe da sociedade viver fora da cidade, as casas e os jardins desses arrabaldes são quase sempre atraentes.

A nossa curta travessia foi encantadora. O pequenino vapor passa por assim dizer ao pé das montanhas, e nenhuma descrição pode dar ideia de suas formas pitorescas ou do maravilhoso colorido que lhe suaviza asperezas e esbate harmoniosamente toda a paisagem.