Viagem ao Brasil, 1865-1866

todos deviam hospitalidade e proteção, ocupava o lugar de honra. O banquete foi alegre e cordial; terminou com velhas canções de estudante repetidas em roda da mesa, seguindo-se uma serenata embaixo das nossas janelas. Hoje o nosso quarto tem um ar festivo; está todo enfeitado com flores, e felicitações amigas vindas de todos os lados nos fazem sentir vivamente que mesmo longe de nossa pátria, não estamos entre estrangeiros.



Disposições tomadas para as viagens no interior

14 de junho — Depois de nosso regresso da Tijuca, temos estado constantemente na cidade. De manhã até a tarde, Agassiz não tem um momento de descanso, tão absorvido se acha quer pelos cuidados com os espécimes que afluem de toda parte, quer pelas disposições finais para a partida das duas expedições separadas que devem percorrer o interior. A mais importante e para a qual é difícil encontrar todas as coisas necessárias, é a que deve explorar o curso superior do São Francisco. Com efeito, atingido esse rio, um ou dois dos exploradores deverão atravessar a região e alcançar o Tocantins para descê-lo até o Amazonas, enquanto os outros sairão da mesma bacia para entrar no Vale do Piauí e alcançar a costa. É uma viagem longa e difícil; mas, temos certeza, é sem perigo para homens moços e vigorosos. Para prevenir tudo o que lhe possa suceder, Agassiz põe o seu maior empenho em recolher, sobre a natureza do percurso, informações tão seguras quanto possível, e solicita cartas de recomendação para as pessoas mais influentes de cada etapa. Num país onde não há vias internas de comunicação, onde é preciso a gente se munir previamente de animais de condução, guias, camaradas e escoltas (pois uma escolta armada