pelos índios e conhecidos dos naturalistas pelo nome de Anableps tetrophthalmus. Este nome, que significa "quatro olhos", lhe foi dado por causa da singular estrutura dos seus olhos: uma prega membranosa, que circunda o bulbo ocular, passa através da pupila e divide o órgão em duas metades, uma superior e outra inferior. Sem dúvida uma tal conformação tem por fim adaptar os olhos aos hábitos particulares do Anableps. Esses peixes se reúnem em bandos na superfície da água, com a cabeça parte em cima parte embaixo, e se movem por saltos mais ou menos como as rãs sobre o solo. Vivendo assim metade no ar e metade n’água, necessitam de olhos capazes de enxergarem nesses dois elementos e, graças à disposição indicada, os que os possuem preenchem precisamente essa finalidade.
19 de agosto — São dez horas da noite. Acabamos de embarcar no vapor que nos fará subir o Amazonas, e, antes da madrugada, nos poremos a caminho. A semana que acaba de passar foi para mim um delicioso intervalo de repouso e distração. A calma da vida de campo, os passeios matinais nas estradas e atalhos umbrosos das vizinhanças, entre sebes perfumadas, foram um verdadeiro alívio depois de quatro meses de viagens ou estadia em hotéis barulhentos.
Um curioso cogumelo
Um destes últimos dias, indo à cidade, descobrimos na erva úmida da parte baixa da avenida um cogumelo, o mais admirável que já vi. A haste inteiramente branca, da grossura de meia polegada, e de três ou quatro de altura, era encimada por um chapéu em forma de clava, pardo-escuro com uma ponta azul. Da base do chapéu pendia, até uma polegada mais ou menos do solo, um filete branco com