A nuvem se distancia. Agassiz passa o dia todo observando, com intervalos iguais, a temperatura da água, pois estamos nos aproximando do Gulf Stream. Atravessaremos esta noite a grande corrente cortando-a em ângulo reto, e as suas observações prosseguirão até o raiar do dia.
O Gulf Stream (Corrente do Golfo)
3 de abril — Seguindo esse objetivo, Agassiz passou a noite toda no tombadilho, em companhia de dois ou três de seus jovens auxiliares, e a vigília lhe pareceu muito interessante. Cruzamos o Gulf Stream nas alturas do Cabo Hatteras, numa latitude em que é relativamente estreito e apresenta apenas 96 quilômetros (60 milhas) de largura.
Entramos em suas águas cerca de seis horas da tarde saindo delas um pouco depois da meia-noite. O bordo ocidental, o que acompanha a costa, tinha uma temperatura de 14°C aproximadamente (57°F). Logo que o transpusemos, o mercúrio do termômetro começou a subir e atingiu rapidamente o ponto máximo de 23° a 24°C (74°F); caía às vezes a 21°C (68°F), quando atravessamos uma das faixas frias. Essas fatias, por assim dizer, mergulham até uma profundidade considerável. Quentes aqui, frias um pouco adiante, descem juntas, em contato imediato, até mais de 100 braças (162m, mais ou menos) e são devidas, segundo o Dr. Backe, ao fato de que a grande corrente não caminha sempre pelos mesmos pontos. Desloca-se às vezes se aproximando um pouco da costa, outras, pelo contrário, dela se afastando; em consequência disso, as águas mais frescas do litoral penetram na corrente e produzem, no seio da sua massa, essas camadas verticais. O bordo oriental é mais quente do que o outro, porque este é esfriado pelas correntes árticas que, por toda a extensão do litoral do Atlântico, formam uma