no tombadilho uma coberta abrigada por um toldo contra o sol e a chuva, que servirá como nossa sala de refeições. Poderemos assim comer ao ar livre, em vez de nos encerrarmos na sala dos oficiais.
Navegação no rio Ramos. Aspecto das margens
A manhã do dia que se seguiu à nossa partida, passamo-la da maneira mais interessante. Encontrávamo-nos na foz do Rio Ramos. Os navios a vapor aí não navegam e o comandante tinha seus receios pois nada lhe assegurava haver água bastante para que o navio pudesse passar. Foi, portanto, necessário avançar com cautela, sondando a cada volta da roda e enviando barcos na frente para o reconhecimento da direção do canal. Uma vez em plena corrente, achou-se água suficiente para o calado dos maiores navios. As margens desse canal são das mais lindas; a floresta se animava das mais ricas cores, e o ar estava todo carregado do perfume das flores. Ainda não era a estação destas quando chegamos, há seis meses, na Amazônia. Ficamos também impressionados com a abundância e variedade das palmeiras, muito mais numerosas no curso inferior do Amazonas do que no do Solimões. Nas margens, de quando em vez, viam-se plantações que apresentavam um bom aspecto e eram cuidadas com asseio, denotando certa cultura mais inteligente do que a que costumávamos ver em outros lugares; em volta dos sítios pastava um gado bem tratado. Atraídos pelo barulho das rodas do nosso navio, os habitantes acorriam e contemplavam estupefatos esse visitante incomum; formavam grupos imóveis na margem a quem a surpresa nem permitia responder às nossas saudações. A vinda dum navio a vapor às suas águas deveria ter sido um bom sinal para eles, um presságio dos tempos, pouco distantes talvez, em que pequenos