numeroso grupo de índios da Bolívia, acampados na areia, em volta de grandes fogueiras. Contemplamos esses índios com uma espécie de admiração quando soubemos a perigosa viagem que fazem e refazem sem ces-sar em suas canoas tão carregadas. Muitíssimas vezes veem-se obrigados, na descida, a esvaziarem suas embar-cações para transporem as cataratas do Madeira e, na volta, são obrigados a rebocá-las lentamente atrás deles. Não é de causar estranheza que a ideia sugerida pelo major Coutinho no interessante relatório sobre a sua exploração do Madeira não haja sido posta em execução, quando este rio é a grande via comercial da Bolívia, de Mato Grosso e, por Mato Grosso, do Paraguai ao Amazonas? Na sua opinião, uma estrada traçada ao longo dos rios, numa extensão aproximada de 40 léguas, faria desaparecer todos os obstáculos e perigos desse difícil trajeto.
Aspecto das aldeias Maués
Maués não é uma reunião de casas; é apenas uma fila de cabanas estendendo-se ao longo duma larga estrada onde o capim cresce à vontade, duma extremidade a outra da elevação que domina a margem. No fim dessa rua, e isolada num terreno baldio, ergue-se a igreja, pequena construção de aspecto decente, frente a qual se eleva uma cruz de madeira. Em sua maioria as construções são baixas e cobertas de palha; mas, aqui e ali, encontra-se uma casa sólida, de telhas, como a residência do Sr. Michelis, ultrapassando o nível das chou-panas vizinhas. Apesar da humilde aparência dessa pequena povoação, todos os que lhe conhecem a história falam dela como uma das localidades amazônicas de mais futuro e onde o nível moral é mais elevado.