Progresso das coleções
Agassiz tem sido feliz em seus trabalhos. Embora estejamos somente a uma pequena distância de Manaus, localidade cujos peixes já lhe são sofrivelmente conhecidos, encontrou em Maués e seus arredores um número surpreendente de espécies e gêneros novos. Como em todos os lugares em que nos achamos, toda gente se faz naturalista por causa dele. Nosso excelente amigo, o Presidente, sempre solícito em facilitar os trabalhos, pôs em atividade as melhores turmas de pescadores para proveito da história natural. O comandante, quando o seu navio está fundeado, emprega os seus homens na mesma tarefa; o Sr. Michelis e seus amigos também não se poupam. Não obstante, vezes há em que aos sucessos do colecionador se mistura algum desapontamento causado pela ignorância e superstição dos pescadores.
O boto. Superstição dos índios
Desde que se acha na Amazônia. Agassiz anda a procurar um espécime do botó (sic), espécie de manatus próprio das águas que estamos explorando. Nada mais difícil: como a carne desse animal não é comestível, não se pode fazer com que o índio se decida a ter o trabalho de capturá-lo. O Sr. Michelis insistiu junto dos pescadores sobre o valor da presa, e, ontem à tarde, finalmente, na hora em que nos levantávamos da mesa, vieram nos dizer que um boto havia sido arpoado; já o estavam transportando da praia para casa. Seguido de todo o cortejo de seus amigos, pois a ansiedade se apossara de todos, o feliz naturalista se apressou em ir contemplar o tesouro há tanto tempo ambicionado. Era realmente um boto!. mas... horrivelmente mutilado. Um índio cortara-lhe uma nadadeira, soberano remédio contra as doenças; outro lhe arrancara um dos