Viagem ao Brasil, 1865-1866

simplesmente exasperantes para um homem que dispõe apenas de 15 dias entre duas passagens de navio para realizar a sua viagem, e que sabe, outrossim, que o tempo é sempre curto demais para o que tem em vista fazer. Esses hábitos de adiamento são muito menos acentuados nas zonas do Brasil onde existem estradas de ferro e navios a vapor, sem que, todavia, se possa dizer que presteza e celeridade sejam qualidades muito comuns em qualquer das províncias do Império. Não que não houvesse interesse pelos nossos projetos: ao contrário, encontramos aqui, como em toda parte, a mais cordial simpatia por nós e pelo objetivo de nossa expedição. Grande número de pessoas e o próprio Presidente (178)Nota do Tradutor se apressaram em nos prestar toda a assistência que dependia deles. Mas um estrangeiro não pode desejar que os hábitos de um país se modifiquem de repente para lhe serem agradáveis; e o melhor que tínhamos a fazer era nos conformar com a lentidão de movimentos, que é geral.



Em caminho

Enfim, pusemo-nos a caminho, compondo-se a nossa expedição do major Coutinho, do Sr. Pompeu, engenheiro da província, que o Presidente teve a bondade de designar para nos acompanhar, e de nós mesmos. Levávamos também uma ordenança destacada da própria escolta do Presidente, dois homens para cuidarem de um par de mulas carregadas de víveres e bagagens. Partimos tão tarde que a nossa primeira etapa terminou a cerca de seis ou oito quilômetros da cidade. Mas durou o bastante para que apanhássemos um aguaceiro, coisa infalível nesta época. Mesmo assim, a viagem foi agradável. Um perfume de murta emanava das pequenas moitas que, vários quilômetros em roda, cobriam o solo, e a terra deixava