Viagem ao Brasil, 1865-1866

escarpado, tão conhecido pelo nome de Pão de Açúcar. Não fosse, por trás de nós, essa porta estreita através da qual avistávamos o alto-mar, e os navios ancorados ou entrando e saindo, e acreditaríamos estar navegando em algum imenso lençol tranquilo de águas interiores.

São já onze horas quando chegamos ao ancoradouro, mas não temos a menor pressa em deixar esse palácio flutuante onde acabamos de passar três semanas tão felizes cercados de todo o bem-estar que se deseje. O capitão teve a gentileza de nos convidar a permanecer a bordo até que tenhamos em terra uma instalação conveniente; ficamos pois no tombadilho, divertindo-nos muito com o tumulto e confusão que se seguem à chegada. Alguns dos nossos jovens companheiros se metem num dos numerosos botes que formigam em volta do "Colorado" e se dirigem logo para a terra. Quanto a nós, contentamo-nos com as emoções do dia e sentimo-nos felizes em poder saboreá-las com calma.



A alfândega.

Um funcionário da alfândega nos veio anunciar oficialmente que toda a nossa bagagem ficou dispensada da visita. Uma embarcação nos será enviada no dia e hora que quisermos para transportar a terra a nossa bagagem. É uma grande satisfação para nós; porque o material da expedição, acrescido dos pertences de uma caravana tão numerosa, não deixa de formar uma respeitável porção de caixas, malas, caixotes, etc. Não seria fácil tarefa submeter tudo isso às incômodas formalidades de uma visita da alfândega. Esta tarde mesmo, Agassiz dirigiu-se a São Cristóvão (34)Nota do Autor para apresentar suas homenagens ao Imperador e agradecer-lhe essa cortês e benévola atenção.