Por Brasil e Portugal

foi necessário dizer muito; outro dia pregaremos pensamentos. Sacramento eucharistiae totus mundus subjugatas est, diz Santo Elígio, na homilia 11, e é autoridade mui recebida de toda a Igreja, que com o Santíssimo Sacramento da Eucaristia sujeitou Cristo, e restaurou o mundo. Na Cruz alcançou a primeira vitória; mas com o sacramento de seu corpo e sangue foi restaurado e restituído a seu império quanto o demônio lhe tinha tiranizado. Ora examinemos, e saibamos porque mais com o sacramento da eucaristia, que com outro mistério. Cristo nascido, Cristo morto, Cristo ressuscitado não pudera restaurar o mundo? Pois por que mais Cristo sacramentado? Por que se tomou por instrumento desta restauração o mistério sagrado da eucaristia? Lavremos um diamante com outro diamante, e expliquemos um santo com outro santo. Santo Thomaz falando do santíssimo sacramento do altar, nota uma coisa muito digna de ponderação, e é, que neste soberano mistério quanto Cristo recebeu de nós, tudo despende conosco: Et hoc insuper quod de nostro assumpsit, totum nobis contulit ad salutem. Que recebeu Cristo de nós na encarnação? Recebeu a carne, e recebeu o sangue. E que nos dá Cristo na Eucaristia? Dá-nos essa mesma carne na hóstia, dá-nos esse mesmo sangue no cálix. E este soberano Príncipe é tão justo, e tão desinteressado, que quanto recebe de nós, tudo despende conosco, e quanto toma dos homens, tudo gasta com os homens para sua sustentação e proveito: Quod de nostro assumpsit totum nobis contulit ad salutem. Logo com muito fundamento ao mistério em que exercita esta grande ação, mais que a nenhum outro se deve e se atribui a restauração do mundo: Sacramento eucharistiae, totus mundus subjugatus est; que em se despendendo com os homens tudo o que se recebe dos homens; em se gastando em benefício do povo tudo o