Por Brasil e Portugal

SERMÃO DA SANTA CRUZ(*)Nota do Autor

Pregou Vieira o "Sermão da Santa Cruz" em 30 de maio de 1639 (não 1638, como se lê nas anteriores edições). Era a festa dos soldados, "estando na Bahia a armada real". Nem mais poderosa, nem mais esplêndida frota viera ainda ao Brasil como essa, do conde da Torre, que tanto prometia e tão pouco realizou (Ver Sermão "Pelo bom sucesso", adiante).

Recebera D. Fernando Mascarenhas regimento, pelo qual devia governar-se, e à guerra do Brasil, em 13 de agosto de 1638, quando, sabendo-se no reino do cerco em que ficava a Bahia e das forças que a ela encaminhava Nassau, se resolvera socorrer a colônia com as esquadras. A 7 de setembro deixou Lisboa, avistava Recife a 23 de janeiro de 1639, e endireitou para a Bahia a abastecer-se e querenar os navios. Aconteceu que não havia aí víveres para tamanha expedição nem material preciso para o conserto e decoro das armados. Teve o conde da Torre de mandar buscar mantimentos ao Rio de Janeiro e ao Rio da Prata. Valeram-se os flamengos do contratempo (que D. Fernando comunicava sentidamente a Felipe IV em carta de 26 de maio) para reunir os seus galeões, dispor a defesa de terra, avisar às feitorias e prevenir a Holanda. ("Retardando o espanhol, Deus nos deu tempo para nos fortalecermos de gente", carta do Cons. Supr. de Recife, 2 de março de 1640, na Revista do Inst. Arqueol. Pernamb., t. LVIII, pág. 23; também Van Loon, Histoire Métallique des XVII provinces des Pays-Bas, II, 248, Haya, 1733).