III
SERMÃO PELO BOM SUCESSONota do Autor
1640
Tinha Antonio Vieira trinta e dois anos e já era o mais ilustre dos padres da Companhia de Jesus no seu colégio da Bahia. Terríveis corriam aqueles tempos. A colônia estava em parte perdida, ameaçada no resto pelo inimigo holandês que a avassalava desde o Ceará até Sergipe. Cruzavam os mares as suas armadas, devassavam os sertões os seus exércitos, e a guerra, em todos os climas favorável ao herege, parecia destinada a acabar, na América, o nascente Brasil.
Debalde aos flamengos se opuseram os pernambucanos em cinco anos de luta renhida e desigual. Chefiava agora as armas e o governo do Brasil holandês o príncipe de Nassau. Ele expande a conquista. Tenta apossar-se da Bahia e é rechaçado. Envia então à metrópole uma forte esquadra, sob o comando do conde da Torre, D. Fernando Mascarenhas, para expungir Pernambuco e restaurar o norte. É a repetição da grande armada de 1625; mais poderosa porém, mais numerosa, mais homogênea... "a maior que nunca passou a Equinocial", lembrava o pregador neste Sermão "pelo bom