Por Brasil e Portugal

à nação, numa linguagem nunca d'antes ouvida, a palavra política e religiosa que descia do púlpito com uma inflexão igualmente apostólica e profética.

Vivia o reino o mais grave momento da sua história se Espanha lhe entrava as fronteiras, e ainda não se desvencilhara dos inimigos dela, seus inimigos até 1° de dezembro de 1640. O país estava em armas, e pedia el-rei às cortes, convocadas pela segunda vez, dois milhões e 400 mil cruzados. Representava o povo, porém, que o imposto havia de ser pago separadamente, por que afinal não caísse só sobre o terceiro estado o que era reclamado de toda a nação. Clero e nobreza contestavam agitando os seus títulos de isenção e privilégios, que o costume das cortes devia guardar-se, e ser lançado o tributo à moda velha. A política hábil de D. João IV achou solução para a pendência, entrando logo a coroa com 900 mil cruzados, exemplo que demoveu as outras razões, abateu os últimos obstáculos, serenou as demais queixas... E Portugal ganhou o dinheiro com que manteve e consolidou a independência.

Vieira ajudou o Bragança a convencer as cortes, falando-lhes previamente na igreja das Chagas (Ver Ericeira, Portugal Restaurado, I, 368).

Exerceu tão ampla influência o sermão de Santo Antonio que, juntamente com os dous pregados no mesmo ano, na capela real e em São Roque, foi logo dado à estampa. (J. Lucio d'Azevedo, História de Antonio Vieira, 1, 74).

Ao santo de Lisboa, protetor de portugueses na América, tomava-se na Europa por guia de Portugal...

"E mais contra castelhanos

Com mais vontade viria"! (Francisco Lopes, Favores do Céu, 1642. ed. de 1871.)