Por Brasil e Portugal

como entregou uma parte ao holandês, sem lhe custar duas onças de pólvora, com a mesma facilidade lhe poderá entregar tudo.

Mas se o não executou assim Deus, foi porque Santo Antonio, que nas ruínas da sua trincheira resistia visivelmente, de si para com o mesmo Deus lhe fez tão forte e poderosa resistência, que lhe teve mão no braço, para que nos não castigasse, como ameaçava e podia; antes em lugar do castigo nos desse a vitória. Vai a outra Escritura. Quis Deus não castigar, mas destruir cabalmente o povo que se chamava seu; e como por parte do mesmo povo se opusesse Moisés a esta resolução, refere o caso Real Profeta, e são estas as suas palavras: Dixit ut disperderet eos, si non Moyses electus ejus stetisset in confractione, id est, in ruptura muri.(55)Nota do Autor Decretou Deus e disse que os havia de destruir e acabar a todos; e assim havia de ser, sem dúvida, se Moisés, seu grande valido, lhe não resistisse. E onde? In confractioni, in ruptura muri: nas ruínas do muro desbaratado e roto. Pode haver propriedade mais própria? Pois ainda foi mais própria do nosso caso, que no de Moisés. Porque no de Moisés é metáfora, e no nosso foi pura e mera realidade. Bem vimos os vestígios da pobre trincheira velha, aberta, desfeita, arruinada, rota.(56)Nota do Autor Mas como era Santo Antonio, dali resistiu o nosso defensor, não digo ao inimigo, senão a Deus, que se não fora meneado por Deus, não era nada o poder do inimigo. De Moisés diz o texto que lhe dizia Deus: Dimitte me, ut irascatur furor meus.(57)Nota do Autor Moisés,