À Margem do Amazonas

uma sumaumeira, no meio de casas brancas de cabas, japins voavam em torno dos ninhos que pendiam como sacolas; e um jacaré monstruoso, tão velho que o limo aderira de vez à córnea armadura, repousava sobre a relva junto ao barranco, estirado, flácido, indolente, gozando o calor daquele sol maravilhoso.

Aqui e além surgiam na água parada focinhos caninos de lontras, dorsos de patos selvagens, corpos rebrilhantes de peixes, perfis esguios de marrecas — toda uma fauna esperta, esquiva, fugaz, a procurar alimento e a defender-se do mais forte.

Na mata escura havia um sossego profundo, como se todos os seres que a habitavam fugissem de súbito à luz que traspassava a densa folhagem.

Tudo debandara à claridade do dia, e apenas um grupo esvoaçante de borboletas rodopiava numa clareira de restinga.

A floresta parecia tomada de fundo letargo, sem rumores, sem ruídos de passos, sem vozes, sem um sussurro de asa entre a galhada infinita, numa desolação de necrópole, adornada de verde, um verde absoluto e fatigante que