À Margem do Amazonas

a imponência das florestas e das águas, e ao ouvirem as lendas colhidas nos terreiros das Malocas de índios mansos, onde os Pagés narravam histórias espantosas e davam roteiros para as cidades de ouro perdidas pelo vale.

A certeza do prêmio ao labor sobre-humano; o súbito aparecimento da Manôa dourada faiscando ao sol; a evidência das serranias que deviam guardar nas entranhas todo o ouro da terra; a água dos paranás e dos rios lavando esmeraldas e diamantes; as fábulas magníficas de Orellana, Pizarro, Almagro e Ursúa, correndo por toda a planície, desde a cordilheira dos Andes até a foz do Mar Dulce — davam aos forasteiros perturbados essa extrema intrepidez que ainda hoje assombra os historiadores.

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Os bandeirantes do sul rasgavam longas veredas que os levavam ao seio das matas impérvias, ao ápice das serras desconhecidas, aos rios ainda sem nome — e as cenas de bravura e sacrifício abarrotam por aí pesados volumes de comovedora literatura.