dos seus ancestrais das Malocas) que o leva a pensar em segura, refinada vindita.
Não lhe basta ao saturado rancor a morte simples, rápida, estúpida, do sáurio malvado que estraçalhou nas potentes mandíbulas o seu querido companheiro de jornada e de caça. A bala do rifle, o arpão, o veneno infalível, não lhe dariam a volúpia de ver os sofrimentos do monstro que cometera tão grande crime.
E um dia toma o terçado, vai ao aningal mais próximo, corta um grosso toro da aninga, alisa-o, prepara-o pensativo e risonho, envolve-o em intestinos frescos de peixe, atira-o à água, deixa-o a boiar ali perto, no porto.
Toda a família, — a mulher, os curumis, as cunhantãs, — vai ver o sensacional espetáculo: a astúcia do homem contra a brutalidade da fera.
O toro da aninga flutua e lança nos ares o cheiro acre das vísceras que o envolvem.
O jacaré vem à superfície; exibe a horrenda cabeça, desliza na água mansa, observa tudo em torno na habitual expectativa de comensal sempre tolerado.
De repente vê o toro boiando à toa, sente o cheiro penetrante do peixe, tem um estremecimento