Nem sequer ouviram dos emissários a informação de que, além desse ouro, dessa prata e dessa pedraria rutilante, havia em todo o país a delícia dos campos cheios de manadas de gado, a beleza confortadora das searas, os grandes pomares pejados de frutos — um maravilhoso território de abundância e de paz, que os recompensaria dos tormentos da escabrosa viagem.
Não quiseram ouvir! Não os interessava esse insignificante detalhe de repouso e fartura.
Aqueles homens que haviam deixado as Antilhas e avançavam agora pelo continente como uma avalanche de bárbaros sequiosos de ouro, e que não estacaram diante dos obstáculos da natureza, jamais pensaram em doçuras campestres, em folgado sossego, em secundários problemas de alimentação.
Todas as suas ideias convergiam açodadamente para esse ouro adorado que lhes enchia a imaginação, desde a alegre partida da Espanha nas morosas caravelas.
Por ele, por esse metal que os tornaria poderosos como os monarcas, sofreram fome e sede, guerras e humilhações, moléstias, fadigas, tempestades, — todas as misérias, todos
