À Margem do Amazonas

de castanha custava 240 réis; em 1860, 2.900 réis.

Bernardino de Souza, — citado por Agnello Bittencourt na Chorographia do Estado do Amazonas, — diz que \"as amêndoas de castanha não entraram na ordem dos artigos de comércio, senão nos primeiros anos do século. (1873). Em 1875 eram tão pouco apreciadas que apenas se empregavam para sustento dos animais domésticos\".

Era assim naqueles tempos.

*

Certa vez, porém, um negociante esperto fê-la atravessar as fronteiras do país e lançou-a nos mercados da Europa, como simples tentativa.

Foi triturada pelos dentes do europeu. Celebrizou-se rapidamente. Civilizou-se, figurou, exótica e sensacional, nas mesas dos milionários em noites de Natal.

Desde essa aventura emocionante, perdeu a aparência burguesa, como já perdera a feição selvagem.