À Margem do Amazonas

Amazonas; as pontes atravessando os igarapés que cortam a cidade; serviços públicos como a Usina de abastecimento d'água; o Roadway, o transporte aéreo de carga e descarga dos transatlânticos, o Matadouro Modelo, o Fôrno de incineração do lixo (o primeiro instalado no país), jardins de estética moderna adornando a capital que resplandece asseiada e risonha.

O estrangeiro que hoje lhe bate às portas — na velha figura de retórica — impertinente e filaucioso, recua desconcertado, e termina recebendo lições de argúcia e cortesia. Recua sempre, porque Manaus é uma singular escola de força e de agilidade intelectual, perdida nas proximidades do Equador, entre rios colossais e selvas bárbaras.

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A luta pela vida, luta real, contínua, sem metáforas, criou ali qualidades excepcionais; e apesar da luta, do desespero pela escalada, do furor pela vitória, da canícula, da friagem, de tudo — é fácil se encontrar pelas ruas dezenas de homens que passam noites inteiras no desconforto