nos troncos que lhe serviam de ponte nos igarapés, saltando nas grotas, roçando por espinhais, chapinhando na lama, esmagando aqui e ali alguma cabeça de réptil ou detonando o rifle sobre algum dorso de fera.
Lutou bravamente contra elementos formidáveis, e ficou-lhe impresso no rosto amarelado pelas sezões um sorriso quieto, malicioso, como o resumo de uma pobre ironia de analfabeto atirada à bravura fácil da gente da cidade.
Para um homem desses, um homem que venceu a Amazônia, não há mais surpresas nem emoções na vida. E certamente se lhe contassem as dolorosas aventuras de Robinson Cruzoé, do seu naufrágio, da sua ilha e do seu papagaio, ele teria apenas uma doce inveja desse moço interessante e da ilha pitoresca onde não havia impaludismo, nem sucurijús, nem carapanãs, nem borracha.
A sua história não seria jamais contada para impressionar cérebros infantis, porque as crianças não a compreenderiam e bem poucos homens poderiam sentir, medir, perceber toda a extensão da sua tragédia.
*