veneno que circula nas suas veias é daqueles que não perdoam.
Tal é o papel que desempenha nas colônias a mulher de cor.
A irresistível atração que arrasta para ela o crioulo e o europeu tem dupla causa: as suas formas sedutoras e o cheiro das suas axilas.
O homem, habituado à atmosfera que o envolve, está condenado a viver nela eternamente.
Isto é tão verdade que a maior parte dos traficantes — uma vez feita a fortuna — levam com eles para a Europa uma ou mesmo mais mulheres bronzeadas.
Conheci um francês (tinha apenas uns 40 anos e possuía dois milhões) que voltou da América com uma negra mina que alforriara.
Sancha era bela entre as mais belas de suas irmãs, e ainda mais, dedicava ao seu protetor um reconhecimento apaixonado. Pois bem, em Paris, ela viu-se esquecida e reconheceu que cada dia lhe arrebatava um pouco do seu império.
O francês, antes tão vivamente apaixonado, não lhe testemunhava ainda frieza, propriamente; mas a negra não interessava mais à sua felicidade, e ele vivia imerso em uma tristeza cujos motivos lhe eram desconhecidos.
Uma noite, a mina, enciumada, não se conteve mais.
— Então Sancha perdeu o afeto do senhor? Perguntou ela. E o brilho da sua pele escura ficou menos