as primeiras provas em suas odes "Sobre a necessidade da Revelação, Sobre a existência de Deus, Sobre a virtude da religião cristã" e nos cantos "À Criação e À imortalidade da alma".
De volta, em Portugal, teve ocasião de provar que não foi a ambição de dominar que o fizera escolher a profissão eclesiástica, mas antes uma forte vocação interior. O ministro, marquês de Ponte Lima ofereceu-lhe o bispado do Rio e seu amigo, o duque de Lafões, a rica abadia de Labriges que estava sob a sua jurisdição, mas Sousa Caldas recusou. Preferiu ocupar-se de ciência e poesia e pôr a força de sua palavra a serviço da propagação de Deus. Pôs-se a pregar nas numerosas igrejas de Lisboa e explicava o Evangelho, aos domingos, na capela particular dos Caldas com uma eloquência tão arrebatadora, que logo criou fama de primeiro orador sacro de Portugal.
O desejo de rever sua mãe, decidiu Caldas a voltar ao Rio, em 1801. Reviu, no entanto, Portugal em 1805, mas deixou-o para sempre, quando da transmigração da corte para o Rio de Janeiro (1808). No Brasil continuou a pregar. O entusiasmo de que era penetrado, a força de sua palavra, a pureza e a harmonia de sua dicção exerciam uma influência verdadeiramente maravilhosa sobre seus ouvintes, cujo número aumentava com sua reputação. Pregava, de preferência na capela de Santa Rita, onde fora batizado.
Foi assim que terminou, no Brasil, a obra prima de sua vida, sua célebre tradução em versos dos Salmos. Escreveu ainda, à imitação das cartas persas de Montesquieu, epístolas satíricas sobre a corte do Brasil. Perderam-se na sua maior parte.(157) Nota do Autor