O Brasil literário: História da literatura brasileira

As duas poesias de Gaspar José de Matos Pimentel publicadas por Varnhagen (o. c., p. 141-144) com notícias sobre o autor, estão repletas, ao contrário, de ideias de liberdade e independência. Uma tem por título "Cântico ao 7 de Setembro" e outra é a quarta cena do "Drama alegórico ao dia 7 de Setembro". Ambas celebram, em versos pomposos e cheios de alusões mitológicas, o dia da proclamação da independência, e só têm valor como expressão dos sentimentos patrióticos que enchiam agora o coração de todos os brasileiros.

O cônego Januário da Cunha Barbosa não se havia entusiasmado pelo ideal de independência de sua pátria, menos do que o anterior. Nascido a 10 de julho de 1780, no Rio de Janeiro, órfão desde os nove anos, foi recolhido por um tio paterno que o destinou à carreira eclesiástica. Recebeu ordens em 1803. No ano seguinte, viajou duas vezes a Lisboa. Na sua volta, em 1803, dedicou-se completamente ao púlpito e não tardou a criar fama de pregador. Aluno e amigo do célebre professor de Retórica, Silva Alvarenga, procurou aperfeiçoar-se, cada vez mais, nesta arte pelo estudo dos grandes oradores sacros de sua pátria, da França e da Espanha. Quando D. João VI, este grande amigo da eloquência do púlpito fixou sua residência no Rio