e ali fez construir uma capela particular, nomeou Januário pregador da corte. Este sustentava- se ao lado de oradores como São Carlos, Sampaio e Monte Alverne, o que significa muito, principalmente num país que havia produzido tão eloquentes pregadores depois de Anchieta e Nóbrega.
No mesmo ano, no mês de setembro, Januário foi nomeado suplente e em 1814, professor ordinário de Filosofia teórica e prática. Exerceu este cargo durante mais de um quarto de século e fez conhecer a seus numerosos discípulos, não apenas as filosofias antiga e francesa, como ainda as pesquisas críticas de Kant, as especulações de Schelling e a dialética de Hegel.
Januário foi arrastado pelo grande movimento nacional que irrompeu em 1821 e não acreditou achar melhor meio de servir à pátria que tomando parte ativa nele. Associou-se, então, a seu amigo e colega Joaquim Gonçalves Ledo para a publicação de um jornal chamado "O Reverbero Constitucional Fluminense", cujo primeiro número apareceu em 15 de setembro. Animou os brasileiros a combater valentemente por sua independência. Esta, na verdade, só foi proclamada no ano seguinte, mas os dois redatores do "Reverbero" contribuíram poderosamente para este resultado.
Então, Januario depôs a pena para ir pregar a causa da liberdade na província de Minas Gerais e chegou a conquistar os seus habitantes, que aderiram ao movimento partido da capital e proclamaram a Independência. Persuadiu, além disto, o governo português a abdicar e não parou de pregar principalmente em Vila Rica, Mariana, Caeté e Sabará pela reconciliação dos partidos e contra a invasão dos revolucionários. Mas na sua volta ao Rio de Janeiro, o apóstolo da liberdade transformava-se em mártir de seus ideais